Maria Elvira Salazar e Aliado de Trump Criticam Ministro Brasileiro, Alegando Ameaçã à Democracia no Caso da “Trama Golpista”

Por Redação gazetametropolitana.com, 03 de setembro de 2025

Em um movimento que eleva a tensão internacional em torno do Supremo Tribunal Federal (STF), a deputada republicana Maria Elvira Salazar, da Flórida, publicou nesta quarta-feira (3) uma mensagem contundente contra o ministro Alexandre de Moraes. Em sua conta oficial no X, a parlamentar acusou Moraes de promover “perseguição política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e alertou que suas ações configuram uma “ditadura”. A mensagem, que viralizou rapidamente, vem em meio ao julgamento da ação penal 2668, que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado liderada por Bolsonaro e aliados, o chamado “núcleo 1” da trama golpista.

“Olhe ao seu redor, Alexandre de Moraes. O hemisfério está rejeitando o socialismo e a tirania. Estamos mais unidos do que nunca. Está na hora de você cair em si. Pare a perseguição política contra seu oponente. O povo brasileiro, não você, não elites corruptas, deve decidir quem lidera o Brasil. Qualquer outra coisa é ditadura”, escreveu Salazar, em uma crítica direta ao papel do ministro no STF e às decisões judiciais que têm impactado a política brasileira.

Contexto Internacional e Críticas Crescentes

A intervenção de Salazar não é um fato isolado. Na terça-feira (2), Jason Miller, estrategista de campanha do ex-presidente dos EUA Donald Trump, também atacou Moraes, compartilhando uma reportagem do portal Metrópoles e afirmando que “os Estados Unidos não negociam com terroristas”. As declarações de ambos os políticos americanos ocorrem no momento em que a Primeira Turma do STF, presidida por Cristiano Zanin, avalia as sustentações orais das defesas no julgamento de Bolsonaro, do general Walter Braga Netto e outros acusados de tentar subverter o resultado das eleições de 2022. O julgamento, suspenso nesta quarta-feira (3), será retomado no dia 9, com o voto de Moraes, relator do caso.

Salazar, conhecida por sua postura conservadora e por críticas a regimes de esquerda na América Latina, como os de Cuba e Venezuela, tem se destacado no Congresso dos EUA por questionar as ações do STF. Ela já havia levantado preocupações sobre a liberdade de expressão no Brasil, especialmente após a decisão do Supremo, em junho de 2025, que autorizou plataformas digitais a removerem conteúdos considerados “antidemocráticos” sem ordem judicial. A congressista vê nas ações de Moraes um padrão de abuso de poder, comparando-as a práticas autoritárias que, segundo ela, contrariam os valores democráticos do hemisfério.

O Julgamento da “Trama Golpista” e a Repercussão

O julgamento no STF, que apura crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, ganhou projeção internacional com as críticas de Salazar e Miller. A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta Bolsonaro como líder de um plano que incluía a elaboração da “minuta do golpe” e tentativas de sequestro ou assassinato de autoridades, como Moraes, o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin. As defesas, por sua vez, alegam falta de provas concretas e questionam a imparcialidade do STF, especialmente devido ao papel central de Moraes como vítima, investigador e julgador no caso.

A mensagem de Salazar reforça o discurso de aliados de Bolsonaro, que acusam o STF de atuar como um tribunal político. No X, postagens com hashtags como #LiberdadeParaBolsonaro e #STFDitadura ganharam força após a publicação da deputada, com milhares de compartilhamentos. No entanto, defensores do STF argumentam que as críticas internacionais são baseadas em desinformação e tentam deslegitimar o combate a ameaças reais à democracia brasileira, como as ações de 8 de janeiro de 2023.

Implicações para a Democracia Brasileira

As declarações de Salazar e Miller levantam questões sobre a percepção internacional do Brasil em 2025, um ano marcado por tensões políticas e polarização. Juristas como André Marsiglia, especialista em liberdade de expressão, alertam que a interferência estrangeira, embora polêmica, reflete a insatisfação de setores da sociedade com o que chamam de “ativismo judicial” do STF. “Quando uma deputada dos EUA acusa um ministro do Supremo de ditadura, isso amplifica o debate sobre até que ponto o Judiciário brasileiro está extrapolando suas funções”, afirmou Marsiglia em entrevista recente.

Por outro lado, aliados do governo Lula veem as críticas como uma tentativa de desestabilizar as instituições brasileiras. O senador Humberto Costa (PT-PE) classificou as falas de Salazar como “ingerência inaceitável” e defendeu que o STF está protegendo a democracia contra “golpistas comprovados”. O embate expõe a fragilidade do equilíbrio entre poderes no Brasil, especialmente em um momento em que o STF acumula papéis de legislador, investigador e julgador em casos de alta voltagem política.

O Que Está em Jogo?

Com o julgamento da “trama golpista” em curso, as palavras de Salazar ecoam como um alerta para o STF: o mundo está observando. A decisão da Primeira Turma, que inclui Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, pode não apenas definir o destino de Bolsonaro – que enfrenta penas de até 43 anos de prisão –, mas também moldar a imagem do Brasil no cenário global. Enquanto o Supremo busca afirmar sua autoridade, as acusações de censura e perseguição política ganham força, alimentadas por vozes como a de Salazar.

O Brasil, às vésperas do feriado de 7 de setembro, encontra-se em um momento crítico. A mensagem da deputada americana, embora controversa, reacende o debate sobre quem realmente detém o poder de decidir o futuro do país: o povo, como ela defende, ou as instituições que, para alguns, estão se afastando do ideal democrático.

By contato@gazetametropolitano.com

Nascido em 1977, em Jundiaí, e cresceu em Cajamar, Alexsandro Assis é capelão, mentor e marceneiro com alma artesã. Formado em marcenaria, lecionou o oficio em Cajamar e, movido pela paixão por história e fé cristã, estuda arqueologia bíblica e teologia. Professor de computação e estudante de Tecnologia da Informação, também é jornalista, fundador do grupo Cajamar Quociente e do portal Gazeta Metropolitana, onde aborda notícias regionais e globais com perspectiva conservadora. Guiado por fé, estoicismo e amor transformador, Alexsandro inspira vidas com seu lema "Viva com propósito". Acompanhe-o no Instagram (@assis_alexsandro) ou em gazetametropolitana.com.

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