Nova York, 23 de setembro de 2025 – Em um palco repleto de bandeiras de 193 nações, os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, abriram nesta terça-feira a 80ª Assembleia Geral da ONU com falas que ecoaram como um divisor de águas no cenário internacional. Enquanto Trump exaltou o “renascimento da força americana” e criticou duramente as instituições globalistas, Lula defendeu valores democráticos e soberania nacional, em uma réplica velada às interferências de Washington. O embate simbólico ocorre em meio a avanços diplomáticos, como o reconhecimento do Estado palestino por mais seis países, sinalizando um mundo em ebulição.

A Assembleia Geral da ONU, sob o tema “Juntos por Mais: 80 Anos de Paz, Desenvolvimento e Direitos Humanos”, reuniu líderes mundiais em Nova York para debater os rumos da humanidade. O secretário-geral da organização, António Guterres, abriu a sessão com um apelo à unidade, alertando para “riscos existenciais” como mudanças climáticas e conflitos armados. Mas foram os discursos iniciais de Lula e Trump que roubaram a cena, definindo o tom de uma semana que promete confrontos ideológicos e negociações urgentes.

Lula, o primeiro a falar, subiu ao púlpito às 9h (horário local) com um tom conciliador, mas firme. O presidente brasileiro enfatizou a necessidade de uma “relação civilizada” entre nações, em alusão direta às tensões com os EUA, agravadas por críticas de Trump à independência do Judiciário brasileiro. “A democracia não é um luxo, é o alicerce da paz global. Interferências externas só enfraquecem a todos nós”, declarou Lula, ecoando preocupações com a soberania nacional. Ele também condenou a invasão russa à Ucrânia e propôs um “diálogo construtivo” mediado por nações como o Brasil e a China, reafirmando seu papel como ponte entre o Norte e o Sul global. “Precisamos de uma ONU mais inclusiva, onde as vozes do hemisfério sul sejam ouvidas, não silenciadas”, acrescentou, recebendo aplausos calorosos de delegações latino-americanas e africanas.

Minutos depois, foi a vez de Trump, em seu primeiro endereço à ONU desde o retorno à Casa Branca para um segundo mandato. O republicano, que em 2018 foi alvo de risos irônicos durante um discurso similar, voltou com uma retórica agressiva e triunfante. “As instituições globalistas apodreceram a ordem mundial. É hora de priorizar a América e nossos aliados verdadeiros”, proclamou, posicionando os EUA como “defensores da civilização ocidental”. Trump destacou sucessos de sua política externa, como controles mais rígidos à migração e acordos comerciais bilaterais, argumentando que eles superam “o fracasso do multilateralismo”. Ele também tocou em temas quentes, como o comércio com a China e a segurança energética, prometendo “uma América mais forte para um mundo mais seguro”.

As reações foram imediatas e polarizadas. Delegados europeus, como o chanceler alemão, sussurraram sobre “um retrocesso ao isolacionismo”, enquanto representantes do Oriente Médio aplaudiram menções de Trump à estabilidade regional. No Twitter – agora X –, o discurso de Lula gerou mais de 500 mil interações em horas, com hashtags como #LulaNaONU trending no Brasil. “Lula acertou em cheio: soberania acima de tudo”, tuitou o ex-presidente uruguaio José Mujica, um aliado histórico.

O contexto geopolítico adiciona camadas à tensão. Horas antes dos discursos, foi anunciada a adesão de mais seis nações – incluindo Espanha, Irlanda e Noruega – ao reconhecimento do Estado palestino, elevando o total para 147 países. Essa movimentação, vista como um revés para a posição americana, foi ignorada por Trump, mas pode influenciar debates paralelos na ONU sobre o conflito em Gaza. Analistas preveem que o tema domine as sessões da tarde, com discursos de líderes como o presidente turco Recep Tayyip Erdogan e o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani.

Os desdobramentos prometem ser intensos. Lula se reunirá bilateralmente com Guterres para discutir reformas na ONU, enquanto Trump agenda encontros com aliados do G7. Especialistas como a professora de Relações Internacionais da USP, Maria Celina de Souza, veem no duo inicial um microcosmo das divisões globais: “Trump representa o nacionalismo ressurgente; Lula, o multilateralismo progressista. O choque pode paralisar avanços, mas também catalisar mudanças”.

Enquanto a assembleia prossegue, uma coisa é certa: os discursos de hoje não foram apenas palavras ao vento. Eles reacenderam debates sobre o papel da ONU em um mundo fragmentado, deixando líderes e observadores com a pergunta inevitável: conseguiremos, de fato, estar “melhor juntos”?

Por Redação do GazetaMetropolitana.com

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Nascido em 1977, em Jundiaí, e cresceu em Cajamar, Alexsandro Assis é capelão, mentor e marceneiro com alma artesã. Formado em marcenaria, lecionou o oficio em Cajamar e, movido pela paixão por história e fé cristã, estuda arqueologia bíblica e teologia. Professor de computação e estudante de Tecnologia da Informação, também é jornalista, fundador do grupo Cajamar Quociente e do portal Gazeta Metropolitana, onde aborda notícias regionais e globais com perspectiva conservadora. Guiado por fé, estoicismo e amor transformador, Alexsandro inspira vidas com seu lema "Viva com propósito". Acompanhe-o no Instagram (@assis_alexsandro) ou em gazetametropolitana.com.

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