Autoridades frustram atentado que poderia ser um dos mais graves da história do estado, com suspeitos ligados a grupo criminoso internacional

Orlando, Flórida – Dois cidadãos brasileiros, Janaina Toledo, de 32 anos, e Leonardo Corona Ramos, de 42, foram presos no sábado, 11 de outubro, no sul de Orlando, acusados de tráfico sexual e de planejar um ataque terrorista contra a Chabad South Orlando, uma sinagoga e escola judaica. A operação conjunta do FBI e da polícia local evitou o que poderia se tornar um dos atentados mais graves na história da Flórida, segundo fontes policiais. Os suspeitos, que entraram ilegalmente nos Estados Unidos, estariam atuando sob ordens do Tren de Aragua, uma organização criminosa venezuelana conhecida por extorsões e assassinatos.
A prisão ocorreu em quartos de hotel onde o casal estava hospedado, após uma investigação impulsionada por evidências fornecidas pelo Project Veritas, um grupo de jornalistas independentes. Durante a operação, agentes apreenderam documentos de identidade falsos, equipamentos de comunicação criptografada e dispositivos eletrônicos que continham provas do plano. Mensagens trocadas pelos acusados revelam detalhes chocantes do esquema: em uma delas, Ramos escreveu: “Visitei o Chabad, tenho uma boa visão do local e vai funcionar. Acho que seis explosivos serão suficientes”. Outra comunicação indicava: “Precisamos planejar para a próxima sexta-feira — hoje ainda não estamos prontos”, e uma terceira expressava ódio explícito: “Não acredito que estamos tão perto de eliminar esses malditos judeus”.

De acordo com as autoridades, os suspeitos realizaram monitoramento e reconhecimento do local, avançando na preparação do ataque. Além das acusações de terrorismo, eles enfrentam denúncias por tráfico sexual, incluindo de menores, o que agravou o caso. O Tren de Aragua, grupo ao qual estariam ligados, tem expandido suas operações nos EUA por meio de rotas de imigração irregular, utilizando membros para atividades criminosas como extorsão e tráfico humano. Inteligência americana aponta que a organização, originária da Venezuela, opera em vários países da América Latina e agora busca se infiltrar em território norte-americano.
Fontes policiais, que não foram identificadas, afirmaram que as informações do Project Veritas foram cruciais para a ação rápida. “A investigação continua para mapear a extensão das atividades do Tren de Aragua nos EUA”, informou um comunicado oficial do FBI, destacando a importância de parcerias com grupos independentes para combater ameaças terroristas. O rabino Yosef Konikov, líder da Chabad South Orlando, expressou alívio em entrevistas à imprensa local: “Estamos gratos às autoridades por protegerem nossa comunidade. Isso reforça a necessidade de vigilância constante contra o ódio”.

O caso gerou repercussão na comunidade brasileira nos EUA e no Brasil, com alertas sobre os riscos de envolvimento com redes criminosas internacionais. Os acusados permanecem detidos na prisão do Condado de Orange, aguardando o andamento do processo judicial federal. Especialistas em segurança acreditam que o episódio pode levar a um aumento na fiscalização de imigrantes irregulares e a uma cooperação maior entre agências americanas e latino-americanas para desmantelar grupos como o Tren de Aragua.

Enquanto a investigação prossegue, a comunidade judaica de Orlando reforçou medidas de segurança em sinagogas e escolas, e ativistas contra o antissemitismo pedem maior atenção a ameaças motivadas por ódio. O FBI não divulgou mais detalhes sobre possíveis cúmplices, mas garantiu que o público está seguro e que o plano foi neutralizado em estágio inicial.
Por Redação do GazetaMetropolitana.com
